quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

LAMAtemática: a matemática do lamaçal


Na minha última “crônica do crônico” aqui do Jornal Primeira Página, falei da falta de água. Nesse mês, vou falar do que acontece quando ela aparece, do céu, pela chuva, e quando a atenção das autoridades desaparece, pelo menos pra parte dos cidadãos de Barroso.

Vamos às contas: Rua sem calçamento + chuva = lama. Matemática fácil de resolver... Fácil no papel, na tabuada, na calculadora. Na vida mesmo, tá muito, muito difícil, especialmente em Barroso. Parece aquelas infinitas equações que os estudantes da área de Exatas precisam enfrentar na disciplina de Cálculo. Deus me livre!

É um tal de cidadão reclamar da barreira na porta de casa, reclamar que não tem como subir ou descer a rua, reivindicando que algo seja feito. A chuva vem, faz a lamaceira e vai embora. Com o sol, ficam os buracos e a poeira. E a gente escuta isso de todo lado: do Bedeschi, do Genésio Graçano, do alto da Praia, do Irmãos Pinto, do Esplanada... Tá difícil pra esse povo.

E não podemos nos esquecer dos serviços porquinhos. A rua era de terra, a prefeitura coloca o calçamento, mas não providencia a construção de meio-fio e sarjeta, o que faz com que a água das chuvas invada ou pare à frente dos imóveis e cause grandes transtornos aos moradores. Essa conta também parece ser difícil de fazer, hein?!?!

Da lama ao caos... O nome é sugestivo e foi dado ao primeiro disco gravado em estúdio por Chico Science & Nação Zumbi. O álbum foi lançado em 1994, há 20 anos. Se Science conhecesse Barroso, há duas décadas, talvez não se espantasse tanto com a lama e com o caos. Mas hoje? Vinte anos depois? Ah, dá espanto sim...

O britânico Kevin Ashton, empreendedor da área de tecnologia, disse que “a matemática do tempo é simples: Você tem menos do que pensa e precisa mais do que acha”. Vamos calcular a simplicidade “ashtoniana”, mas não em relação ao tempo. Vamos calculá-la no que diz respeito ao zelo com a população... Em Barroso, quem mora nessas ruas esquecidas pelo desenvolvimento urbano tem menos assistência do que pensa e precisa dela muito mais do que acha. É tipo isso.

Agora a gente fica na torcida... Torcendo pra que a prefeitura olhe com mais carinho pra onde ainda sobra o lamaçal.
 

Evidências e reclamações dos moradores estão por toda parte. Vamos fechar essa equação e deixar todo mundo mais feliz, as ruas mais limpas e a cidade mais bonita. Que demore um pouco mais ou um pouco menos, mas que seja feito. Não dá pra entender por que algumas ruas recebem o  calçamento e outras não. Se tem projeto, que seja para o bairro inteiro. É do saudoso Cazuza a frase: “Não aconselharia nem um cachorro a me seguir na rua”. Se for nessas de lama e caos, nem eu aconselharia... Nem eu!

RhNeto


A coluna "Crônica do Crônico" é uma publicação do impresso mensal Jornal Primeira Página, de Barroso, que tem como objetivo tratar de problemas da cidade com Literatura... É quase como unir o útil ao agradável. Ou melhor, é unir o útil (a Literatura) ao desagradável (o problema na cidade).

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