quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Crônica do Crônico: Água: ai que saudade d’ocê...

Tratar de problemas da cidade com Literatura... É quase unir o útil ao agradável. Ou melhor, é unir o útil (a Literatura) ao desagradável (o problema na cidade). Segue aí mais uma, fazendo literatura com a falta de água, que é problema crônico em Barroso ultimamente...

Água: ai que saudade d’ocê...



Tem uma música que gosto muito, chamada “Ai que saudade d’ocê”, que nem sei a correta autoria e que já ouvi nas vozes de Geraldo Azevedo, Fábio Júnior, Elba Ramalho, Raimundo Fagner e, meu predileto, Zeca Baleiro, que a regravou para a novela Império, da Rede Globo. E ela tem um trechinho que fala: “Faz tempo que eu não te vejo, ai que saudade d’ocê”. Pois é. A relação de muitos barrosenses com a água andou assim, principalmente nos últimos meses de setembro e outubro. A água vinha (e ainda vem) deixando saudades nas torneiras e caixas d’água da cidade. Nem é pra tanto, mas é...

E dessas saudades minam outras... Minam como outrora minava a água farta em nossas torneiras. Minam as saudades dos tempos em que tínhamos cá nesta terra de torneiras secas os poços artesianos, construídos e mantidos pela Prefeitura Municipal, que garantiam o abastecimento para toda a cidade. Minam as saudades dos tempos em que chuva era farta e rio era cheio. Minam lembranças até mesmo de quando a conta da Copasa chegava, mas a água chegava nas torneiras também. Hoje, conforme muitos barrosenses reclamaram, chega a conta e nada de água.

O grande Fernando Pessoa eternizou: “Às vezes, ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido”. Lindo, Pessoa... Sorte sua que esse “seu vento” não é o mesmo que um morador aqui da cidade registrou em vídeo, saindo da torneira enquanto o hidrômetro rodava tal qual um louco impulsivo. E nem precisa ser poeta pra brincar com a água (e com a falta dela). Qualquer um sabe que pastel de vento não enche barriga e que torneira de vento não mata a sede de ninguém. De ninguém.

De mais a mais, enquanto esperamos melhorias no sistema de abastecimento em nossa cidade, a partir de uma atitude da Copasa, já cobrada pelos poderes Legislativo e Executivo de Barroso, devemos fazer a nossa parte. Precisamos economizar água. O discurso já está cansando. O pedido ficou batido: Vamos economizar água. Mas é preciso, gente. A situação é séria.

Ah! Pra finalizar: A frase “Eu tô pagando, eu gasto a água que eu quiser” não é eterna, não, viu?!?! Não há dinheiro que resolva quando a água secar. E, se isso acontecer mesmo, vai ser interessante ver o sujeito passando uma nota de cinquenta no sovaco pra deixar bem limpinho na hora do banho, a seco, claro.

Água, volta logo... Ai que saudade d’ocê!
RhNeto

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