sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Por que é que eu não pensei nisso antes?

O grande Zé Antônio / Arquivo pessoal

Escrever é um troço melindroso... Crônicas, então, nem se fala! Tem que ter todo um jeitinho pra jogar com as palavras, um assunto que dê possibilidades pra parafrasear, pra juntar uma ideia com outra... Enfim... Não é tão simples quanto pareça, apesar de algumas pessoas conseguirem fazer isso com a facilidade de um bocejo, desses que geralmente meus leitores devem dar ao se depararem com algum texto meu.

E, falando em pessoa que tem esse dom de escrever, não posso deixar de dar destaque a um cronista muito especial. Dos que admiro e leio com frequência, ele é dos pouquíssimos que conheço pessoalmente: José Antônio Oliveira de Resende, o Zé Antônio, meu antigo professor do Curso de Letras na Universidade Federal de São João del-Rei, que costumava me massacrar nas aulas de Linguística. Bons tempos...

Pois é... E o cara é o rei das crônicas. A cada novo texto dele publicado, uma dezena de leituras minhas, a meu bel-prazer. E a cada leitura uma nova percepção, uma nova compreensão de uma crônica que pode ter mil e uma interpretações, vindas de uma elegante singularidade: a simplicidade para escrever. O tom de humor e de inventar e retratar as situações do cotidiano das pessoas é o que me encanta. São textos para ler, reler e guardar (...) na gaveta, na estante, na cabeça e na alma.

Sempre que leio um texto do Zé, fico me questionando: “Por que é que eu não pensei nisso antes?”. Poxa vida! O Fernando Anitelli, do grupo O Teatro Mágico, um cronista das músicas, tem uma letra em que fala “Eu não sou Chico, mas quero tentar”, numa referência a Chico Buarque de Holanda. Pois bem... Eu tô na mesma. Eu não sou Zé, mas quero tentar! Em alto e bom tom, pra todo mundo ouvir: EU NÃO SOU ZÉ, MAS QUERO TENTAR!

Gente... Por que é que eu não pensei nisso antes? É só brincar de ser Zé Antônio. Tá aí! Mais fácil que receita de bolo, mais fácil que somar dois com dois. Bem mais fácil que aula de Linguística... Vou seguir os passos do velho mestre, em quase tudo. Não vou colecionar bolas, como ele, que as possui de todos os tipos, tamanhos e destinações. Vou seguir os passos das crônicas. Quem sabe, um dia, consigo publicar um livro? Quem sabe, nesse mesmo dia, ele assina o prefácio do livro pra mim? Já pensou? Já pensei!

Eu sei que é complicado tentar ser o Zé... Genialidade na escrita é para raros, só para raros. Enquanto começo a brincar de ser Zé Antônio, vou levando a sério a história de ser o RhNeto. Meus textos ainda engatinham perto das maratonas que os dele percorrem. Mas, de texto em texto, de bocejo em bocejo, um dia chego lá.


 RhNeto
Jornalista, cronista e palpiteiro de botequim

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