quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

A fila anda (menos aqui)



Outro assunto que vem dando pano pra manga em Barroso são as filas nas agências bancárias e na lotérica da cidade. Meu Deus! Qualquer continha pra pagar, qualquer joguinho pra fazer vira um pesadelo pra quem não tem tanto tempo disponível pra permanecer na fila. E lá vamos nós entrar no trenzinho do banco pra esperar o “piuí” do caixa chamando: “Próximo!!!”.

Há uma lenda de que temos uma lei que reza que regulamenta o atendimento aos clientes das agências bancárias da cidade. Disponibilidade de assentos, um tempo máximo para atendimento, bebedouro e banheiro para os clientes. Alguma coisa eu vi melhorar... Alguma coisa. Fato é: podemos ter tudo isso funcionando, mas se tivermos poucos caixas, poucos terminais e muitas filas, permanecemos na mesma. Permanecemos na fila.

O escritor e filósofo francês François Marie Arouet, mais conhecido como Voltaire, disse que existem pessoas que brilham na segunda fila e se apagam, se escondem na primeira. Se ainda fosse vivo, esse famoso iluminista do país da Torre Eiffel poderia dar um pulinho a Barroso pra saber quem anda brilhando pelas filas de cá. Vejo muita gente brilhando o rosto debaixo do sol na fila da loteria. Também vejo muita gente brilhando, ou melhor, piscando de ódio por ter que esperar tanto tempo pra ser atendida aqui ou ali... Tem gente que fica até pegando fogo, de raiva de ter que esperar pra sacar o “dindin” do final de semana no caixa rápido da agência.

A verdade é que aqui na cidade estamos tendo fila pra muita coisa... Já foi nos postos de saúde? No hospital também tem, claro. Fila na Igreja? Tem sim, a da comunhão... Fila na escola? Também, a da merenda... Na academia tem fila pra usar os aparelhos, nos Correios tem fila pra enviar uma encomenda, nos supermercados tem fila pra pagar pelo que se vai levar. As filas existem, claro! Por toda a parte, em todo lugar... O negócio é ter atenção para que elas não sejam maiores e mais demoradas do que realmente podem ser...

Aquela dupla sertaneja, Maria Cecília e Rodolfo, canta seu maior sucesso em alto e bom tom: “A fila andou, eu te falei”. Vou sugerir ao pessoal dos shows aqui de Barroso pra trazer os cantores enamorados aqui pra cidade. Quem sabe, assim, a fila anda?

Vou encerrando aqui pois tenho uma fila de coisas pra resolver ainda... Mas vou aproveitar esse inicio de ano pra fazer a minha listinha de coisas que gostaria que tivesse bastante fila. Querido Papai do Céu, que em 2015 tenhamos muitas e muitas filas para doação de sangue, filas para visitar os velhinhos do Asilo de Barroso, filas pra ajudar nos trabalhos da Apae... Que tenhamos filas de doação para a Farmácia Comunitária da cidade, filas pra jogar o lixo no lixo, filas pro cidadão atravessar na faixa e, claro, filas de carros esperando esse mesmo cidadão atravessar. Que tenhamos filas de crianças a serem matriculadas nas escolas, filas nos dias de catecismo, filas para ajudar os animais de rua, filas nas palestras e eventos importantes para a comunidade. E, acima de tudo, que tenhamos filas pra poder abraçar os nossos familiares e amigos. Que em 2015, as filas sejam pra receber e dar amor. Feliz ano novo, povo meu!

RhNeto

A coluna "Crônica do Crônico" é uma publicação do impresso mensal Jornal Primeira Página, de Barroso, que tem como objetivo tratar de problemas da cidade com Literatura... É quase como unir o útil ao agradável. Ou melhor, é unir o útil (a Literatura) ao desagradável (o problema na cidade).

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