segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Ao mestre com carinho


Um filme clássico, desses que deixam a gente marcado pelo resto da vida, mas que talvez muitos não tenham tido o prazer de assistir: Ao mestre com carinho. A obra trata da história de um professor, vivido pelo ator Sidney Poitier, que enfrenta problemas de indisciplina, preconceito, desordem e muitas outras dificuldades em um bairro pobre e periférico da cidade de Londres. O filme, que remete à realidade suburbana da década de 60, tem no professor Mark Thackeray uma das mais importantes referências à classe dos mestres da história do cinema. Uma bela homenagem do diretor e roteirista James Clavell a todos esses grandes construtores do nosso conhecimento.
 
O cinema homenageia, a gente não valoriza. O cinema exalta, a gente desdenha. O cinema enaltece, a gente corrompe. E como negar que nossa sociedade é assim? A cada dia que passa, fico mais e mais horrorizado com casos como o do aluno de dez (dez!) anos que atirou na professora e se matou. Isso aconteceu em São Paulo. Isso acontece direto! 

“Ah! No Brasil é difícil...” - vai me falar o leitor. Mas lá mesmo pelos lados onde o filme foi rodado, lá na Grã-Bretanha, recentemente o governo decidiu que os professores poderão “usar força” para apartar brigas e se defender, e poderão revistar os alunos à procura de armas, drogas, álcool e nem sei mais o quê! Ou seja: o problema é bem mais do que brasileiro. A violência dentro de sala também impera por lá. E por muito mais escolas nesse mundão “sem educação”.

Defendo que a família deva cooperar mais, muito mais, afinal a criação e a formação cidadã devem vir, antes, do berço e não da carteira na sala. O problema é que muitos pais não estão interessados em seus filhos. Eu mesmo já ouvi pai e mãe reclamar que a escola estava entrando de férias. Peraí... Reclamar? Não é bom passar mais tempo com os filhos? “Ah, nada! Melhor deixar que os professores cuidem deles”. Que pena! É a renúncia do próprio fruto. 

Certa feita, o ex-ministro da Educação, Cristovam Buarque, disse uma frase que reflete bastante a falta de zelo com a educação em nosso país: “O Brasil ficou entre os oito melhores do mundo no futebol e ficou triste. É 85º em educação e não há tristeza!”. Precisa falar mais? Um país rico, poderoso e emergente que não lamenta seus índices medíocres de educação é realmente digno de lástima.

Por ocasião do dia dos professores, comemorado no dia 15 de outubro, quero deixar aqui uma singela homenagem a esses tão importantes personagens para a nossa vida. Sempre adorei meus professores. Claro que a gente gosta mais de um que de outro. Mas sempre os adorei. E agradeço a cada um deles, desde a “tia” do primário até os mestres e doutores das faculdades. Aprendi muito, continuo aprendendo e sempre aprenderei. São referenciais de conhecimento, vivência e sabedoria. Parabéns a todos os professores, mesmo tendo, hoje, menos motivos para se orgulhar do que outrora tiveram.

Aos mestres, com carinho, nossa eterna gratidão!

"A imortalidade de que se reveste a natureza humana
Faz o homem sempre presente.
Presente pela amizade que conquistou;
Presente pelo exemplo que legou;
Sempre presente porque educou.” (Michel Wolle)

RhNeto

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