Um filme clássico, desses que deixam a gente marcado pelo
resto da vida, mas que talvez muitos não tenham tido o prazer de assistir: Ao mestre com carinho. A obra trata da
história de um professor, vivido pelo ator Sidney Poitier, que enfrenta
problemas de indisciplina, preconceito, desordem e muitas outras dificuldades
em um bairro pobre e periférico da cidade de Londres. O filme, que remete à
realidade suburbana da década de 60, tem no professor Mark Thackeray uma das
mais importantes referências à classe dos mestres da história do cinema. Uma
bela homenagem do diretor e roteirista James Clavell a todos esses grandes
construtores do nosso conhecimento.
O cinema homenageia, a gente não valoriza. O cinema
exalta, a gente desdenha. O cinema enaltece, a gente corrompe. E como negar que
nossa sociedade é assim? A cada dia que passa, fico mais e mais horrorizado com
casos como o do aluno de dez (dez!) anos que atirou na professora e se matou.
Isso aconteceu em São Paulo. Isso acontece direto!
“Ah! No Brasil é
difícil...” - vai me falar o leitor. Mas lá mesmo pelos lados onde o filme
foi rodado, lá na Grã-Bretanha, recentemente o governo decidiu que os
professores poderão “usar força” para apartar brigas e se defender, e poderão
revistar os alunos à procura de armas, drogas, álcool e nem sei mais o quê! Ou
seja: o problema é bem mais do que brasileiro. A violência dentro de sala
também impera por lá. E por muito mais escolas nesse mundão “sem educação”.
Defendo que a família deva cooperar mais, muito mais,
afinal a criação e a formação cidadã devem vir, antes, do berço e não da
carteira na sala. O problema é que muitos pais não estão interessados em seus
filhos. Eu mesmo já ouvi pai e mãe reclamar que a escola estava entrando de
férias. Peraí... Reclamar? Não é bom passar mais tempo com os filhos? “Ah, nada! Melhor deixar que os professores
cuidem deles”. Que pena! É a renúncia do próprio fruto.
Certa feita, o ex-ministro da Educação, Cristovam
Buarque, disse uma frase que reflete bastante a falta de zelo com a educação em
nosso país: “O Brasil ficou entre os
oito melhores do mundo no futebol e ficou triste. É 85º em educação e não há
tristeza!”. Precisa falar mais? Um país rico, poderoso e emergente que não
lamenta seus índices medíocres de educação é realmente digno de lástima.
Por ocasião do dia dos professores, comemorado no dia 15
de outubro, quero deixar aqui uma singela homenagem a esses tão importantes
personagens para a nossa vida. Sempre adorei meus professores. Claro que a
gente gosta mais de um que de outro. Mas sempre os adorei. E agradeço a cada um
deles, desde a “tia” do primário até os mestres e doutores das faculdades.
Aprendi muito, continuo aprendendo e sempre aprenderei. São referenciais de
conhecimento, vivência e sabedoria. Parabéns a todos os professores, mesmo
tendo, hoje, menos motivos para se orgulhar do que outrora tiveram.
Aos mestres, com carinho, nossa eterna gratidão!
"A imortalidade de que se reveste a
natureza humana
Faz o homem sempre presente.
Presente pela amizade que conquistou;
Presente pelo exemplo que legou;
Sempre
presente porque educou.” (Michel Wolle)
RhNeto
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