quarta-feira, 20 de março de 2013

Não perca as oportunidades

A gente nunca deve perder as oportunidades. É como diz aquele velho ditado: “O cavalo só passa arreado na nossa porta uma vez”... Tipo isso. Mais ou menos isso. E é por esse motivo que a gente não pode perder as chances que vão surgindo pelo caminho.

Recentemente me dei conta disso. Há alguns meses, em trajeto de quase 130km que faço sempre nos fins de semana, passei a observar um simpático velhinho vendendo frutas que provavelmente ele mesmo cultivava na sua roça, não mais que 100 metros afastada da rodovia. Sentado à beira da estrada, em frente a uma barraquinha humilde, de madeira pintada em azul, no meio do quase nada, o tiozinho permanecia, como que o dia todo, com um dos braços para cima, segurando ou a mexerica, ou a banana, ou o coco. Sei lá... Segurava a fruta que tivesse colhido no dia.

E então eu passava de carro e buzinava. E ele retribuía o cumprimento, acenando com a mão desocupada um tchauzinho despretensioso. Sempre apressado, nunca parei para comprar uma fruta sequer. Nunca parei pra saber a história daquele senhorzinho. Que besta que eu fui...

Besta porque eu falava que ia parar pra fazer uma entrevista com ele. Besta porque, hoje, tenho a convicção de que aquele carinha me daria uma reportagem maravilhosa. Besta porque sei que poderia ter aprendido uma grande lição de vida. Besta porque hoje passo pelo mesmo trecho e não vejo o velhinho, a barraquinha azul já não está mais por lá. Que besta que eu sou!

Curioso: nunca vi ninguém comprando nada dele. Mas provavelmente vendia. Só que hoje não vende mais. E hoje tenho mais vontade de parar lá e procurar saber do vendedor de frutas que nunca conheci pessoalmente, mas temeroso de que as notícias não sejam boas, de que o senhorzinho já não esteja entre nós, prefiro passar direto.

Enfim, o cavalo passou arreado. E eu perdi a montaria. Agora, não adianta correr atrás do alazão. E não haverá uma só vez em que eu passe lá e não me lembre da sua imagem à beira da rodovia, com o braço ao alto, fruta na mão. Mas eu torço pra esse velho potro voltar um dia, arreado novamente. Se voltar, não vou perder a chance do galope. Ah, não vou mesmo!

RhNeto

Um comentário:

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