domingo, 20 de novembro de 2011

O tudo é uma coisa só



“Se tudo que eu preciso se parece, por que é que não se junta tudo numa coisa só?” Esse é o trechinho da música que dá título a este texto, música composta por Fernando Anitelli, do grupo O Teatro Mágico, do qual sou muito fã. E usei desta frase para falar de um assunto bem bacana: a igualdade racial. Somos todos iguais, já que somos tudo uma coisa só. 


Ver seus filhos julgados pelas suas personalidades, não pela cor da pele. Esse era o sonho do líder negro Martin Luther King (1929-1968). Aliás, um de seus muitos sonhos, misturados aos seus também muitos ideais de igualdade e fraternidade entre negros e brancos. 

As colorações são sempre iguais... Também os amarelos, pardos e mulatos, vermelhos e até os roxos, verdes e quaisquer outras cores que, em algum momento, caracterizassem suposta diferença entre as pessoas. Para ele, que tinha uma fé do tamanho do seu carisma e de sua vontade, tudo era possível. Todos eram iguais. E são! 

Luther King foi pastor, ativista político e um aclamado líder dos direitos dos negros nos Estados Unidos, mais tarde também em todo o mundo. Pregava sempre o amor ao próximo, condenava a violência e o preconceito racial e social. Foi agraciado com o Prêmio Nobel da Paz, em 1964, e assassinado quatro anos mais tarde. Mas o seu nome e sua luta nunca morreram. Jamais morrerão. 

No Brasil, o principal nome do movimento negro é Zumbi dos Palmares, que a gente houve falar tanto na escola. Mas nunca demos a devida importância pro “cara”, que fez um rebuliço só em favor dos negros, pretos, afro-descendentes ou qualquer outra nomenclatura que defina esses nossos irmãos de sangue, alma e pele. 

Zumbi era de uma inteligência singular, diferenciada. Ainda criança, foi pego por soldados e levado a um padre, com quem cresceu, e tomou gosto pela Língua Portuguesa e pelo Latim. Sim, meus amigos... Era um fora de série! Zumbi foi uma referência na luta negra contra a escravidão. Assim como Luther King, o nosso negro foi um grande líder, um grande herói. 

A palavra Zumbi tem como significado “a força do espírito presente”. E é esse espírito que percebemos hoje, nos diversos grupos que celebram a consciência negra por todo o mundo. Não só buscando direitos iguais, mas promovendo suas culturas, divulgando os costumes e tradições de seus ancestrais. Seja nas igrejas, nas praças, eventos ou auditórios, lá estão eles, com seus congados, capoeiras, folias e uma infinidade de ritos originados de todas as partes do planeta. Além disso, estão também no esporte, na moda, nas grandes empresas, na política, na cultura e por onde mais que passemos. É a prova real de que somos mesmo todos iguais. 

Em nossa cidade, louvamos as iniciativas do Girb (Grupo da Igualdade Racial de Barroso), no qual tenho orgulho de cultivar amizades verdadeiras, sinceras e de longa data. Um trabalho bonito e de muitos frutos, que envolvem grupos culturais, religiosos, artesanais e de força política e social. É a força do espírito presente em nosso seio social. É gente simples, gente como a gente, que trabalha todo dia em busca dos mesmos sonhos de qualquer um de nós: vencer. 

O próprio Martin Luther King falou: “Pouca coisa é necessária para transformar inteiramente uma vida: amor no coração e sorriso nos lábios”. Celebremos o Dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro, também com amor no coração e um grande sorriso no rosto. Àqueles que ainda cultivam o preconceito no coração, nos resta a esperança de que abram os olhos para enxergarem essa realidade. E mais! Salves e vivas de alegria aos irmãos da raça negra, festejando com eles a conquista de um direito que sempre foi de todos nós: a igualdade.

RhNeto

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