quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Ser criança é um monte de coisa


Ser criança é uma dádiva. Ser criança é não precisar se preocupar com nada. Já diria o poeta e jornalista Fabrício Carpinejar: “Na infância, bastava o sol lá fora e o resto se resolvia”. Quem não foi assim? Nossas preocupações se resumiam a procurar pela figurinha rara no pacotinho que comprávamos na banca ou ainda de conseguir terminar a pipa a tempo de “colocar no alto” antes que o dia escurecesse.

Ser criança é ter um imaginário infinito na cabeça. Pra fazer comer, basta falar que a colher, cheia de comida, é um avião. Pra brincar, um adulto vira cavalo se a pequena criatura senta em suas costas. O Menino Maluquinho de Ziraldo fez da panela da mãe o seu capacete de guerra, seu capacete de corrida, seu capacete espacial. O multifuncional Millôr Fernandes entrou na brincadeira pueril: “Pegamos o telefone que o menino fez com duas caixas de papelão e pedimos uma ligação com a infância”.

Ser criança é imaginar o impossível. Ser criança é ser herói ou vilão, mocinho ou bandido, cowboy ou índio, polícia ou ladrão. Ser criança é ser um monte de coisas diferentes ao mesmo tempo, de acordo com a vontade, com a situação, com o que cada uma delas quer ser ou inventar...

Ser criança é, também, ser autêntico. De alguma forma toda criança é. Fico olhando minha sobrinha, Sofia, e também meus primos menores. Cada um tem uma personalidade, um gênio diferente. Parecem gente grande. São caras, bocas, bicos, caretas... E eu fico babando em cada um deles, brincando, correndo pela casa. Pareço gente pequena.

Ah, como é bom ser criança! Os carinhos da mamãe, as atenções do papai, os olhares de todos, os mimos, os dengos... Como foi bom ser criança! Que vontade de ser criança de novo... De novo e sempre. 

RhNeto

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