Essa correria do nosso cotidiano não deixa sobrar tempo para nada. Eu, por exemplo, gosto de organizar minhas coisas (livros, revistas, material de faculdade e do trabalho) duas vezes por ano. Organizar mesmo, dando uma faxina bacana, da maior supimpitude, como diria Eduardo Almeida Reis. Mas o pior é que nos últimos tempos parece que tô sempre faxinando... Parece que a coisa é mensal, semanal...
Acho que o relógio anda tomando Red Bull. Só pode! Que correria é essa? Tá louco, acelerado. Se bobear, meu relógio acaba morrendo de disritmia, ritmo anormal ou alterado (pode ser do coração, cérebro, pulso etc.). Pois bem! Meu tempo anda fora do ritmo.
No Natal e Réveillon, a gente já fala de Carnaval. No Carnaval, já combinamos as baladas do Sábado de Aleluia. Aí já é Páscoa, coladinho com ele, e a gente ajusta as férias de meio de ano. Nas férias, deixamos tudo certo para o churrasco nos feriados de 7 de setembro, 12 de outubro, 02 e 15 de novembro, quando, neste último, já estamos nos ajeitando de novo para o Natal e Réveillon. E o tempo voando... E a gente não se dá conta disso.
O tempo é escasso e a cada dia fica mais. Alguém disse que tempo é dinheiro? Acho que é mesmo... Ando tão sem tempo quanto sem dinheiro. Mas meu dinheiro ainda vejo pra onde vai. O meu tempo não.
O poeta e jornalista Mário Quintana já disse uma vez que “o tempo não para, só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo”. A nós, resta a saudade dos tempos em que o relógio andava mais calmo, mais devagar. Que as crianças corriam nas ruas e liam coisas no papel, nas mãos, não nos computadores. Que famílias inteiras sentavam nas calçadas nas noites quentes de verão para conversar. Tempos em que o tempo era mais tartaruga. Hoje, a passos largos de um felino, vai deixando histórias e histórias rapidamente para trás.
RhNeto
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