Outro assunto que vem dando pano pra manga em Barroso são
as filas nas agências bancárias e na lotérica da cidade. Meu Deus! Qualquer
continha pra pagar, qualquer joguinho pra fazer vira um pesadelo pra quem não
tem tanto tempo disponível pra permanecer na fila. E lá vamos nós entrar no
trenzinho do banco pra esperar o “piuí” do caixa chamando: “Próximo!!!”.
Há uma lenda de que temos uma lei que reza que regulamenta
o atendimento aos clientes das agências bancárias da cidade. Disponibilidade de
assentos, um tempo máximo para atendimento, bebedouro e banheiro para os
clientes. Alguma coisa eu vi melhorar... Alguma coisa. Fato é: podemos ter tudo
isso funcionando, mas se tivermos poucos caixas, poucos terminais e muitas
filas, permanecemos na mesma. Permanecemos na fila.
O escritor e filósofo francês François Marie Arouet, mais
conhecido como Voltaire, disse que existem pessoas que brilham na segunda fila
e se apagam, se escondem na primeira. Se ainda fosse vivo, esse famoso
iluminista do país da Torre Eiffel poderia dar um pulinho a Barroso pra saber
quem anda brilhando pelas filas de cá. Vejo muita gente brilhando o rosto
debaixo do sol na fila da loteria. Também vejo muita gente brilhando, ou
melhor, piscando de ódio por ter que esperar tanto tempo pra ser atendida aqui
ou ali... Tem gente que fica até pegando fogo, de raiva de ter que esperar pra
sacar o “dindin” do final de semana no caixa rápido da agência.
A verdade é que aqui na cidade estamos tendo fila pra
muita coisa... Já foi nos postos de saúde? No hospital também tem, claro. Fila
na Igreja? Tem sim, a da comunhão... Fila na escola? Também, a da merenda... Na
academia tem fila pra usar os aparelhos, nos Correios tem fila pra enviar uma
encomenda, nos supermercados tem fila pra pagar pelo que se vai levar. As filas
existem, claro! Por toda a parte, em todo lugar... O negócio é ter atenção para
que elas não sejam maiores e mais demoradas do que realmente podem ser...
Aquela dupla sertaneja, Maria Cecília e Rodolfo, canta
seu maior sucesso em alto e bom tom: “A fila andou, eu te falei”. Vou sugerir
ao pessoal dos shows aqui de Barroso pra trazer os cantores enamorados aqui pra
cidade. Quem sabe, assim, a fila anda?
Vou encerrando aqui pois tenho uma fila de coisas pra
resolver ainda... Mas vou aproveitar esse inicio de ano pra fazer a minha
listinha de coisas que gostaria que tivesse bastante fila. Querido Papai do
Céu, que em 2015 tenhamos muitas e muitas filas para doação de sangue, filas
para visitar os velhinhos do Asilo de Barroso, filas pra ajudar nos trabalhos
da Apae... Que tenhamos filas de doação para a Farmácia Comunitária da cidade,
filas pra jogar o lixo no lixo, filas pro cidadão atravessar na faixa e, claro,
filas de carros esperando esse mesmo cidadão atravessar. Que tenhamos filas de
crianças a serem matriculadas nas escolas, filas nos dias de catecismo, filas
para ajudar os animais de rua, filas nas palestras e eventos importantes para a
comunidade. E, acima de tudo, que tenhamos filas pra poder abraçar os nossos
familiares e amigos. Que em 2015, as filas sejam pra receber e dar amor. Feliz
ano novo, povo meu!
RhNeto
A coluna "Crônica do Crônico" é uma publicação do impresso mensal Jornal Primeira Página, de Barroso, que tem como objetivo tratar de problemas da cidade com Literatura... É quase como unir o útil ao agradável. Ou melhor, é unir o útil (a Literatura) ao desagradável (o problema na cidade).
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