Água: ai que saudade
d’ocê...
Tem uma música que gosto muito, chamada “Ai que saudade
d’ocê”, que nem sei a correta autoria e que já ouvi nas vozes de Geraldo
Azevedo, Fábio Júnior, Elba Ramalho, Raimundo Fagner e, meu predileto, Zeca Baleiro,
que a regravou para a novela Império, da Rede Globo. E ela tem um trechinho que
fala: “Faz tempo que eu não te vejo, ai que saudade d’ocê”. Pois é. A relação
de muitos barrosenses com a água andou assim, principalmente nos últimos meses de
setembro e outubro. A água vinha (e ainda vem) deixando saudades nas torneiras
e caixas d’água da cidade. Nem é pra tanto, mas é...
E dessas saudades minam outras... Minam como outrora
minava a água farta em nossas torneiras. Minam as saudades dos tempos em que
tínhamos cá nesta terra de torneiras secas os poços artesianos, construídos e
mantidos pela Prefeitura Municipal, que garantiam o abastecimento para toda a
cidade. Minam as saudades dos tempos em que chuva era farta e rio era cheio.
Minam lembranças até mesmo de quando a conta da Copasa chegava, mas a água
chegava nas torneiras também. Hoje, conforme muitos barrosenses reclamaram,
chega a conta e nada de água.
O grande Fernando Pessoa eternizou: “Às vezes, ouço
passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido”. Lindo,
Pessoa... Sorte sua que esse “seu vento” não é o mesmo que um morador aqui da
cidade registrou em vídeo, saindo da torneira enquanto o hidrômetro rodava tal
qual um louco impulsivo. E nem precisa ser poeta pra brincar com a água (e com
a falta dela). Qualquer um sabe que pastel de vento não enche barriga e que
torneira de vento não mata a sede de ninguém. De ninguém.
De mais a mais, enquanto esperamos melhorias no sistema
de abastecimento em nossa cidade, a partir de uma atitude da Copasa, já cobrada
pelos poderes Legislativo e Executivo de Barroso, devemos fazer a nossa parte.
Precisamos economizar água. O discurso já está cansando. O pedido ficou batido:
Vamos economizar água. Mas é preciso, gente. A situação é séria.
Ah! Pra finalizar: A frase “Eu tô pagando, eu gasto a água
que eu quiser” não é eterna, não, viu?!?! Não há dinheiro que resolva quando a
água secar. E, se isso acontecer mesmo, vai ser interessante ver o sujeito
passando uma nota de cinquenta no sovaco pra deixar bem limpinho na hora do
banho, a seco, claro.
Água, volta logo... Ai que saudade d’ocê!
RhNeto
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